'Tem pinguim no litoral / Em pleno Carnaval/ São imigrantes/ Com suas consoantes' bradou Humberto, no que parecia o fim do show da menor banda de rock gaúcha, auto intitulada. Menor, não sei se discordo, mas pouca vogal tinha mesmo era pouco rock. Soft, folk, e até um sambinha ensaiado, como o da música que leva o nome da banda, a qual abre esse texto.
De fato, Pouca vogal tem um primeiro nome merecido. Pouca, pouquissíma. O show começou por volta das dez horas com um público fervendo após Val Donato e seu Raul do reagge e de calor - vale assim dizer. A estrutura do teatro arena, no Espaço Cultural José Lins do Rego, não tinha compatibilidade com o público trazido pelo engenheiro. Nem com o bolso dele, eu pressuponho. Foram vendidos, certamente, mais de trinta ingressos na base da superlotação. E até pessoas que compraram seu ingresso com antecipação tiveram que ficar de pé e assistir todo o show de duas horas dessa forma. Mas se a estrutura falhou, com certeza Humberto segurou com as mãos -e os pés, e a boca, e tudo o mais que ele poderia usar para tocar um instrumento - ao trazer para o público aquilo que todos ali realmente queriam e, em certo momento, fizeram com que ecoasse por todo o Espaço Cultural:
Logo na abertura apareceu Até o Fim e no encerramento a versão tradicional de Infinita Highway, fora as versões de Refrão de um Bolero e Somos quem podemos ser, que já estavam presentes dentro do dvd . Engenheiros apareceu muito, também, na presença de Maltz, tocando percussão em participação especial nos shows em João Pessoa e Caruaru. Vale destacar a presença de palco do percussionista, carismático e sorridente, suas vibrações vaziam tremer um público delirante. E-Stória, que trouxe Maltz ao palco, levou todos os corações à boca e trouxe uma sensação de nostalgia pairava junto com o gelo seco.
No entanto, a surpresa foi a simpatia, o carinho e o conforto de Duca Leindecker, que foi ovacionado diversas vezes no correr do show e teve seu momento ao sol, cantando O Amanhã Colorido com direito a coro do público. Muito embora o mesmo Duca tenha ficado completamente apagado em outros momentos do concerto, principalmente na presença de Maltz. Quem é fã de EngHaw não pode deixar de se emocionar e realmente gritar pelo nome da banda, ao ver os três cantando Infinita Highway/Carona e no fundo a esperança de uma nova formação GLM. E quem é fã de Pouca Vogal sentiu-se contemplado com a releitura de algumas melodias engenheiras em acordo com o som de PV e, é claro, com Para quem gosta de Nós, que foi, certamente, o cume do show da menor banda gaúcha.
Vídeos:
Infinita Highway / Carona
Depois de nós
Música inédita
Pinhal
créditos: Victor e Raissa
fotografia: Raissa

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